De janeiro a setembro, centro social registrou 96 casos, mais do que em todo o ano de 2007
José Dacauaziliquá
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José Dacauaziliquá
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Um policial militar com dependência de álcool e/ou drogas foi atendido a cada três dias pelo Centro de Assistência Social e Jurídica (Casj) da Polícia Militar de São Paulo entre janeiro e setembro deste ano. O número deve ser superior ao das estatísticas da corporação, pois muitas vezes os policiais procuram esconder o problema, temendo ser perseguidos pelos comandantes e virar motivo de piada entre os colegas. Segundo dados obtidos pela reportagem, apenas nos três primeiros foram registrados 96 atendimentos no Casj, número que superou os dois últimos anos - de janeiro a dezembro. Em todo o ano 2007, o serviço atendeu 93 casos; em 2006, foram 94.
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O setor social da PM ainda atende a casos que vão desde depressão e stress até conflitos conjugais. “O policial é mal remunerado, chega em casa e vê a família passando fome. Enquanto deveria descansar, faz segurança na padaria ou no mercadinho para reforçar o salário. Acaba mais tenso, porque sabe que se morrer no bico a família não recebe o seguro (pago pelo Estado). Se for descoberto, recebe punição. Assim muitos acabam enveredando pelo caminhos do álcool e das drogas”, diz o presidente da Associação dos Praças da Polícia Militar, cabo Ruiz Carlos Cezário.Por conta do tipo de trabalho, um policial militar tem de três a quatro vezes mais chances de desenvolver um quadro de depressão ou estresse do que os trabalhadores em geral. .
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Essa é uma das conclusões de um estudo realizado pela médica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC) e professora da Universidade de São Paulo (USP) Alexandrina Neleiro, que vai se transformar em livro, a ser lançado no início de 2009.As duas doenças, segundo a psiquiatra, na maioria dos casos levam o paciente à dependência do álcool e/ou entorpecentes. Alguns apelam também para medicamentos controlados, estimulantes geralmente usados por caminhoneiros e conhecidos como “rebite”. A psiquiatra decidiu fazer o trabalho depois da onda de ataques comanda pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) - em maio de 2006 -, quando o principal alvo da facção criminosa foi a polícia. “Havia um vácuo na medicina sobre os problemas desencadeados por causa das peculiaridades da carreira policial.
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Por isso me propus a fazer”, disse.O cabo Cezário, como é conhecido, está há 25 anos na PM e trabalhou entre 2001 e 2003 no Casj. Segundo ele, em geral são os comandantes que mandam o policial para o programa de reabilitação. “São raros os casos daqueles que foram por conta própria”, diz. Um oficial da PM, que pediu para não ter o nome revelado, ainda afirma que os números do Casj não representam a realidade vivida pelos policiais que trabalham nas ruas. 'A tropa está mais doente do que as estatísticas oficiais. O comando da PM deveria ficar atento e trabalhar com afinco para retirar esses policiais das ruas, porque eles representam um perigo para si mesmos e para a população.”
TRATAMENTO PARTICULAR
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O soldado Igor (nome fictício), de 25 anos, afirma que começou a usar drogas para “lutar” contra o cansaço a que se submetia, por causa da dupla jornada. “Cheirava cocaína para ficar de pé na padaria onde fazia segurança e completava com umas doses de pinga ou conhaque servidas pelos balconistas. Com o tempo, tive de usar cocaína para me manter ligado na PM.”Para ele, o bico que era uma saída para melhorar o salário custou caro. Atualmente, para que seus colegas não descubram o vício, faz tratamento particular.
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“A PM é a minha vida, coloquei na cabeça que poderia me afundar mais se ficasse sem ela”, afirma.
Copiado de: jusmilitar
Copiado de: jusmilitar
FONTE: http://txt.estado.com.br/editorias/2008/12/01/cid-1.93.3.20081201.15.1.xml
Comentario: Infelizmente, as Policiais Militares, especialmente a do Piaui, ainda encara o alcoolismo como transgressao disciplinar. Querem tratar o PM viciado com cadeia. Ou seja, enquanto o individuo tá com sua saude serve para o Estado, quando não tem mais saúde... Serve para que mesmo, né?
Essa é só uma das barbariedades que estão "escondidas" nos regulamentos da Policia Militar. A materia acima relata o problema da PM de Sao Paulo, e como será a realidade em númros no Pìaui? Só digo que é vergonhoso. E mais... Temos vários policiais militares que vão para as ruas transtornados, visivelmente abalados psicologicamente. E, todos fazem de contas que não veem: comandantes (afinal se tirar os doentes vão colocar quem nas ruas), autoridades civis (... ruim com eles, pior sem eles...)....
Comentario: Infelizmente, as Policiais Militares, especialmente a do Piaui, ainda encara o alcoolismo como transgressao disciplinar. Querem tratar o PM viciado com cadeia. Ou seja, enquanto o individuo tá com sua saude serve para o Estado, quando não tem mais saúde... Serve para que mesmo, né?
Essa é só uma das barbariedades que estão "escondidas" nos regulamentos da Policia Militar. A materia acima relata o problema da PM de Sao Paulo, e como será a realidade em númros no Pìaui? Só digo que é vergonhoso. E mais... Temos vários policiais militares que vão para as ruas transtornados, visivelmente abalados psicologicamente. E, todos fazem de contas que não veem: comandantes (afinal se tirar os doentes vão colocar quem nas ruas), autoridades civis (... ruim com eles, pior sem eles...)....
2 comentários:
O DESAFIO DA POLÍCIA NO INTERIOR DO ESTADO DO CE
Fardas velhas, jornadas extensas e soldados no papel de escrivãos. Esse é o retrato da segurança pública em muitas cidades do Interior. O governo Cid Gomes (PSB) chega ao seu segundo ano, mas as prometidas delegacias ainda não foram implantadas. Enquanto isso, PMs têm de fazer boletins de ocorrência (BOs) e termos circunstanciais de ocorrência (TCOs). Os flagrantes são registrados nas delegacias regionais, localizadas a dezenas de quilômetros do município.
Em um levantamento sobre a situação dos 20 municípios que esperam a construção de uma delegacia. Em alguns deles, como Itarema e Massapê, as obras já tiveram início. Em outros, como Várzea Alegre e Guaraciaba do Norte, o trabalho ainda não começou. Em comum a todas, está a dificuldade de se fazer policiamento e a vontade de muitos policiais em garantir a lei.
Um policial militar que atua na Região Sul do Estado revela um quadro desanimador acerca das condições enfrentadas no Interior. Ele pede para não ser identificado por medo de represálias. O medo, explica, é ser transferido para Chaval, um dos municípios mais distantes da Capital. Segundo o policial, os recursos fornecidos pela corporação não são suficientes para se manter na cidade em que trabalha. Sem acesso a uma farda nova, ele afirma ser obrigado a vestir um “mulambo”. “Uso uma farda remendada. Fico até constrangido. Nem a farda nova vem, nem nos dão a farda antiga para vestir”.
Para poder trabalhar, a prefeitura local arca com parte dos custos de alimentação e manutenção da viatura. Em compensação, o prefeito passa a cobrar favores. “A PM torna-se uma instituição fraca, dependente do prefeito. Há vários serviços paralelos para fazer. Não podemos nem escolher o local da refeição”.
Mauriti possui uma área territorial cerca de três vezes maior que Brejo Santo, mas, ao contrário desta, não possui uma delegacia. Cinco homens fazem o serviço policial todos os dias. Um fica lotado na unidade policial e outro na cadeia pública.
16:20 (3½ hours ago) delete
Os demais atuam no policiamento ostensivo. Por causa do uso excessivo, as viaturas estão desgastadas e o consumo de combustível é elevado. “Se não tiver o complemento, não trabalhamos no fim de semana”, afirma o subtenente Carlos Alberto Ferreira, da 3ª CIA do 2º BPM (Brejo Santo).
Para fazer o procedimento dos casos mais graves, explica, é preciso agendar horário na Delegacia Regional de Brejo Santo. Nem sempre o delegado e o escrivão estão no local. Os casos menos graves são resolvidos pelos próprios PMs. “Fazemos BO, TCO e ajudamos os médicos da cidade a fazer o exame de corpo de delito. Temos uma parceria. Temos de tomar a frente da investigação por causa da cobrança da população. Temos de mostrar resposta e ainda fazer o policiamento de rua”. Segundo o subtenente, a situação é a mesma nos mais de 10 municípios em que já trabalhou. Ainda assim, ele faz questão de ressaltar que não está reclamando.
E-MAIS
As drogas passaram a representar um grande problema no Interior. O soldado PM Edinaldo Pinheiro, que trabalha em Amontada, revela que os carregamentos chegam pelo mar e são, então, distribuídos na cidade.
Há duas semanas, houve um homicídio em distrito de Amontada. Até os policiais chegarem ao local do crime, a 30 km da sede, o acusado fugiu. Das duas viaturas, uma está no conserto.
Fonte: O Povo
16:31 (3½ hours ago) delete
VEJAM O QUE DIZ O CORONEL ANDRADE CMT DO CPI
O comandante de policiamento do Interior (CPI), coronel Francisco Araújo de Andrade, espera que o efetivo possa ser ampliado com o ingresso de 2,2 mil policiais na corporação, no ano que vem. A prioridade, no entanto, é que os selecionados sejam destacados para a interiorização do programa Ronda do Quarteirão. Oito cidades deverão ser beneficiadas com a medida. Depois, ela se estenderá para municípios com população entre 60 e 100 mil habitantes.
No que se refere a equipamentos e veículos, o oficial conta com a chegada de novas viaturas com tração, parte delas originárias de licitação e parte de veículos que já operam na Capital. O objetivo, de acordo com o comandante, é fechar o cinturão de divisa com outros estados e o localizado no entorno da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Sobre a questão da falta de recursos, o coronel informou que o repasse é feito a partir da solicitação dos comandantes da companhias e batalhões. O oficial negou ainda que os PMs estivessem fazendo favores a prefeitos. “O policial não tem de fazer favores a quem quer que seja. Tem de agir sem partidarismos. Quando notamos que o policiamento está atrelado àquela prefeitura, o policial é removido”, explica.
O coronel Andrade reconheceu a carência de pessoal, mas disse aguardar que o problema seja diminuído com a nomeação de delegados e escrivães para os municípios do Interior. Ele negou que a PM esteja fazendo o serviço da Polícia Civil. “Quem faz TCO é a Polícia Judiciária. Nós levamos os acusados para a delegacia. Isso vem de governos passados. Depois da inclusão (dos novos policiais), muito minimizará essa deficiência”.
16:32 (3 hours ago) delete
CIDADE DO INTERIOR FICA 5 HORAS SEM POLICIAMENTO
Na Zona Norte do Estado, um município ficou cerca de cinco horas sem nenhum policial militar. Para fazer um flagrante, o efetivo policial teve de se deslocar para a Delegacia Regional de Sobral e deixou, das 14 às 19 horas, a cidade desguarnecida. As informações são de um policial militar que também pede para não ser identificado.
A rotina diária é um constante vaivém. Os presos são levados para audiências. Além da escolta, os PMs fazem TCOs e BOs. A escala é puxada: 72 horas seguidas de trabalho. Assim como em outros municípios, o apoio da prefeitura é amplo. Vai do almoço às peças da viatura. Se os policiais não liberam os protegidos do prefeito, há retaliação. “A verba se tranca. A prefeitura começa a dificultar para a delegacia”.
O policial revela já ter sido vítima de um desmando político. Quando trabalhava em outro município da Zona Norte, foi transferido por ter prendido o “afilhado” de um deputado federal. “Nem o comando conseguiu me segurar. Isso ficou para o resto da minha vida. Estamos na luta porque gostamos de trabalhar, mas a demanda é grande e o efetivo é pequeno. Em vez de folgar três dias, estamos folgando apenas um”.
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oliciais quebram a rigidez da disciplina militar para denunciar as precárias condições de trabalho que enfrentam
Carga horária excessiva, que pode chegar a 96 horas de trabalho semanais, fardamentos velhos, atraso no pagamento de gratificações e suspensão dos passes-livres nos ônibus intermunicipais. Essas são algumas das dificuldades que os policiais militares do Ceará enfrentam no dia-a-dia para irem ao trabalho.
Cansados das promessas não cumpridas pelo governo do Estado, policiais militares vão participar hoje de uma caminhada pela paz e aproveitam para denunciar à sociedade suas precárias condições de trabalho. A concentração será às 8 horas, na Praça da Imprensa, às 9 horas, eles iniciam a caminhada com destino à Assembléia Legislativa do Ceará. “Queremos a regulamentação da nossa carga horária”, afirmou o vice-presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM, Flávio Alves Sabino.
Segundo ele, o governo se comprometeu em encaminhar uma mensagem de lei à AL em um prazo de 180 dias regulamentando a carga horária dos policiais militares do Ceará. “Até hoje, não enviou e continuamos trabalhando seis noites consecutivas para poder folgar apenas uma. Essa escala prejudica a nossa convivência familiar”, critica o vice-presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM.
Além de trabalharem seis noites seguidas, Sabino diz que o único dia de folga, na maioria das vezes, é durante a semana, dificilmente cai no sábado ou no domingo. “Com essa escala, não temos contato com nossos filhos, pois quando chegamos em casa eles estão dormindo ou na escola e a esposa trabalhando”, salientou. A entidade defende uma escala de cinco noites e de duas folgas, sendo uma no fim de semana para que os policiais militares possam ter tempo de ver os filhos e a esposa, de sair com a família, entre outras atividades.
O atraso nas promoções é outro ponto da pauta de reivindicações dos policiais. “Temos soldados com mais de 17 anos de carreira que não foram promovidos, e cabos que já completaram 30 anos de serviço e só foram promovidos uma vez. Isso não acontece com os oficiais, eles são contemplados com, no mínimo, cinco promoções”, relata Pedro Queiroz, presidente da Associação de Praças da PM e do Corpo de Bombeiros.
Ao completar 30 anos de carreira, os PM’s fazem o pedido de reserva (aposentadoria). “Dentro de 90 dias, mesmo não sendo publicado no Diário Oficial, o PM sai da escala de serviço e fica aguardando em casa a publicação. “Temos militares aguardando há sete anos, que continuam pagando a previdência”, relata Sabino.
BENEFÍCIOS
Comando promete fardamento e vale-refeição
O problema do vale-refeição dos policiais militares do Ceará pode ser resolvido. “Entra em vigor hoje, o contrato da concessão dos vales-refeições para o efetivo do 5º e 6º Batalhão da Polícia Militar e para o Batalhão de Choque”, afirmou o porta-voz da PM, major Marcos Costa. Segundo ele, o contrato no valor global R$ 2,8 milhões foi publicado no Diário Oficial do Estado de ontem.
A expectativa do major Marcos Costa é de que nesta semana os vales sejam fornecidos aos PMs. Ele afirmou ainda que o benefício ainda não atinge o efetivo da Cavalaria Militar, que continuará fazendo as refeições no quartel, mas já há planos de extinção do refeitório. A PM vai manter apenas a cozinha do Hospital Militar, que serve tanto para os policiais quanto para os pacientes.
O major Costa revelou que está marcado para o próximo dia 23, às 17 horas, no Centro de Convenções, solenidade para promover 250 praças. Outra boa notícia é sobre a licitação para aquisição de 12 mil fardamentos, incluindo coturnos. A previsão é de que os policiais militares recebam os novos uniformes entre fevereiro ou março do próximo ano.
Já o líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Nelson Martins admite que ainda não foi fechada pelo Estado uma proposta definitiva sobre a carga horária dos PMs.
REIVINDICAÇÕES
1- A definição por lei da carga horária dos policiais militares. Hoje, o policial militar trabalha seis noites para folgar uma.
2- Melhoria das condições de trabalho, incluindo até a distribuição de fardamentos completos. Há cinco anos, os PMs não recebem fardamento novo.
3- Manutenção das viaturas. No Interior, PMs circulam em carros quebrados. Alguns policiais estão com problema de coluna devido às péssimas condições dos bancos das viaturas.
4- Distribuição de vale-refeição. Policiais militares que trabalham à noite ficam sem comer.
5- Passe livre nos ônibus intermunicipais. O benefício foi suspenso, e os PMs do Interior estão pedindo carona para ir trabalhar.
6- Implantação da pensão das viúvas de policiais mortos. Há casos em que o benefício atrasou um ano.
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